Quem Criou a Constelação Familiar? A História de Bert Hellinger
A Constelação Familiar desenvolvida por Bert Hellinger, é uma das ferramentas terapêuticas mais impactantes e rápidas, para a compreensão de padrões familiares e das dinâmicas ocultas que influenciam nossa vida. Mas você sabe quem criou a Constelação Familiar e como essa abordagem revolucionária surgiu?
Neste artigo, você vai conhecer a história do criador dessa técnica, suas influências filosóficas e como essa terapia pode trazer autoconhecimento para a resolução de conflitos e equilíbrio emocional para sua vida.
Quem Foi Bert Hellinger? O Criador da Constelação Familiar
Bert Hellinger foi quem criou a constelação familiar, entre outras coisas, foi um psicanalista alemão, que revolucionou a forma como entendemos os vínculos afetivos e a repetição de padrões dentro das famílias.
Ele passou anos observando dinâmicas familiares e percebeu que muitas das dores e dificuldades das pessoas possivelmente tinham raízes em seus ancestrais. Essa percepção o levou a desenvolver a Constelação Familiar, um método que revela como esse comportamento inconsciente influencia nossas emoções, decisões e destino.
Ele nasceu em 1925 e, ao longo de sua vida, passou por muitos desafios incluindo: ir para a Segunda Guerra mundial ainda adolescente, tornar-se padre, estudar psicanálise e também Pedagogia, trabalhar com uma tribo Zulu, casar-se e separar-se; teve muitos livros publicados, entre outros fatos surpreendentes!
Fantástico ne? Pois é, isso é só o começo!
Infância e Juventude
- Anton Hellinger nasceu em dezembro de 1925 em Leimen, Alemanha.
- Quando tinha 5 anos, seus pais mudam de cidade, mas Bert é deixado com os avós; isso foi crucial para mais tarde desenvolver de uma das suas premissas: a Teoria do Movimento Interrompido
- Depois de um tempo, volta a viver com os pais, frequenta a escola, onde sofre muito com os castigos e também em casa.
- Em 1936 começa a melhor fase da sua vida: entra em um seminário e internato dos Missionários de Mariannhill; mas em 1941 os nazistas fecham o internato. Bert volta para sua família, que se opunha ao regime.
- Aos 15 decide ser padre; na época era motivo de uma boa reputação para a família e também ele queria a agradar seu avô que era muito religioso.
- A Juventude Hitlerista começou a ir atrás dos jovens, e Bert teve que passar a tocar violino em uma orquestra deles, para sua família não se tornar um alvo.
- Aos 17 anos é convocado para a guerra; foram os piores anos da sua vida pois foram anos de horror, medo da morte, fome e luto… marcando o fim da sua juventude e também o fim do período escolar.
- Foi declarado “potencial inimigo do Estado” quando ainda estava na escola e discordou de um comentário de um diretor.
- Torna-se soldado da linha de frente (infantaria) e é enviado a França.
- Em 1944 Bert sobrevive à guerra, mas é capturado pelos americanos; meses depois consegue fugir num trem do qual passa dias escondidos e em pé espremido por suprimentos (isso gerou muitos traumas posteriormente)
- Volta para sua casa e em 1946 com 20 anos, entra para a Ordem dos Missionários de Mariannhill.
Vida Religiosa
- Recebe o nome religioso de Suitbert, abreviado fica “Bert”
- Meditava olhando para o nada durante 16 horas, diariamente, o que o ajudou a curar-se das lembranças da guerra
- Foi ordenado padre em 1952; um ano depois é enviado para a África do Sul como missionário
- Chegando lá, teve que cursar o Magistério por três anos em uma universidade, para poder trabalhar como diretor e professor (mas ele não gostava)
- Conviveu com os Zulus, maior grupo étnico da África do Sul que tinham aceitado a fé cristã em sua maioria
- Era contra o Apartheid
- Teve um colapso nervoso
- Em 1969 é acusado de heresia por um bispo por suas opiniões teológicas modernas e Bert decide renunciar ao cargo
- Retorna a Alemanha em 1969 para a mesma Ordem, e torna-se reitor do seminário
Dinâmicas de Grupo
- Passa a ser assistente de um catedrático de Psicologia Clínica da Universidade de Bonn; pois em 1960 sacerdotes anglicanos ofereciam cursos ecumênicos de dinâmicas de grupo do qual Bert participava ativamente e era uma novidade para a época. Teve acesso e dedicou-se aos estudos de Kurt Lewin e Jacob Levy Moreno
- Assume a liderança de Dinâmicas de Grupo, ministra cursos e se torna instrutor no Círculo Alemão de Dinâmicas em Grupo e Psicoterapia de Grupo
- Passa a estudar Psicanálise, onde vê-se afastando da Ordem
- Conhece Ruth Cohn, Fritz Perls (Gestalt Terapia)
- Decide deixar a Ordem e muda-se para Viena
- Com 45 anos, solteiro, percebe que a vida no mosteiro nunca o preparou para as tarefas do cotidiano; pois lá decidiam tudo por ele: compras, roupas, limpar, cozinhar, tec.
- Conhece Herta, sua futura primeira esposa que era freira, assistente social e psicoterapeuta
- Herta deixa o convento e os dois decidem se casar
Pessoas e Terapias que Ajudaram a Enriquecer a Constelação Familiar
- Bert conhece a Arthur Janov e a Terapia Primal
- É expulso do Círculo de Psicologia Profunda de Salzburgo; mais tarde percebe que este fato foi uma benção
- É apresentado ao trabalho de Eric Berne e a Análise Transacional
- Foi rejeitado pela Sociedade Alemã de Análise Transicional
- Foi aluno de Hipnoterapia com o próprio Milton Erikson,
- Se forma em Programação Neolinguística (PNL)
- Começa a trabalhar com histórias e Metáforas criadas principalmente por ele mesmo
- Nos anos 70, entra em contato com a Terapia Familiar de Ivan Nagy, que seria a precursora da Constelação Familiar
- Outro trabalho significativo foi conhecer o trabalho de Virgínia Satir e suas Esculturas Familiares
- Desenvolve estreita ligação com Jirina Prokop e tem contato com a Terapia do Abraço
- Carl Gustav Jung e sua inestimada Teoria do Inconsciente Coletivo
- Sente o futuro chegando quando no início dos anos 80 participa de um curso com Thea Schönfelder, que usava representantes: a vivência é sentida; porém ainda não compreende e ninguém lhe explica a razão dos sentimentos e sensações que afloraram durante as atividades que participou como representante
- As pesquisas e o trabalho do biólogo Rupert Sheldrake e os Campos Morfogenéticos
- Ajuda para a Vida, é como Bert definia eu trabalho e inclui o conceito de As Ordens do Amor
As Constelações Familiares Ganham o Mundo
Ao entender quem criou a constelação familiar, conseguimos também perceber como esse trabalho ganhou espaço internacionalmente, apesar das críticas e desafios.
- Bert tinha planos de aposentar-se aos 65 anos; mas tudo muda após conhecer o psiquiatra Gunthard Weber e torna-se seu amigo pessoal
- Em 1990 este seu amigo o convence a escrever livros com base em suas anotações e o primeiro livro Dois Tipos de Felicidade é lançado em 1993 e vira um best-seller
- Em uma Conferência Internacional de Medicina o qual foi convidado, tinha sido organizada para 35 pessoas; porém, 350 pessoas se inscreveram
- Seus seminários sempre ultrapassaram mais de 1.000 participantes a partir daí e, cada vez mais chegaram convites para seminários no exterior
- No final dos anos 90 conhece Sophie Ergödy, uma aluna muito especial e que no futuro, nos anos 2000 fundaria uma Hellingerschule; ela já possuía muitas formações na área da medicina alternativa e era muito aplicada
- Bert e Sophie estreitam amizade, enquanto Berta se afasta cada vez mais, fazendo trabalhos para a Igreja.
Alguns Contratempos
- Em 1997 uma constelada se suicida e isso resulta em uma ação judicial; porém, Bert é absolvido
- No final de 2001 Bert se separa; Berta fica muito abalada e decide morar num convento
- Em 2003 Bert e Sophie se casam e começam a trabalhar juntos
- Bert começa a ser atacado constantemente; a sua reputação fica em jogo pois tentam relacionar ele à Hitler
O Futuro
- Em 2008 já com 82 anos, ele cria um novo conceito de Constelação Familiar, com menos fala e interação e com mais movimentos
- Seus amigos judeus ajudam as Constelações a se espalharem mais ainda pelo mundo;
- Agora já são mais de 100 livros publicados em 37 idiomas
- A saúde de Bert começa a ficar comprometida desde 2013
- Em 2016 sofre um acidente grave de carro
- Em 2018 Sophie assume todas as usas atividades
- Aos 93 anos, em 19 de setembro de 2019 ocorre o falecimento do Bert Hellinger
Bert e o Brasil
- O Ministério da Saúde reconhece as Constelações Familiares como uma Terapia Integrativa e Complementar e é incorporada ao SUS
- No Brasil também é criado o conceito de Direito Sistêmico pelo Juiz Sami Storch
**Observações:
Aqui se encontra apenas um breve histórico da história do criador da Constelação Familiar; muitas outras histórias ocorreram bem como diversas pessoas também passaram pela sua vida e que ajudaram a contribuir para o seu desenvolvimento.
Para uma melhor compreensão sobre a Constelação Familiar, sugiro a leitura do livro: Bert Hellinger: Meu trabalho. Minha Vida, que fala sobre sua autobiografia e é de onde retirei a maioria dessas informações.
Outros livros como As Ordens do Amor, as Ordem da Ajuda e No Centro Sentimos Leveza, são exemplos de títulos muito recomendados para quem quer se aprofundar.
As Raízes Filosóficas e Terapêuticas da Constelação Familiar
Influências Filosóficas e Terapêuticas
Bert Hellinger bebeu de diversas fontes para criar seu método, entre elas:
- Psicanálise – Inspirada por Freud e Jung, trouxe a compreensão do inconsciente coletivo e da identificação de bloqueios emocionais.
- Gestalt-terapia – Contribuiu com a abordagem fenomenológica, focada na percepção do momento presente.
- Terapia Sistêmica – Fundamentada na ideia de que a família é um sistema interligado, onde cada membro influencia o outro.
- Tradições Indígenas – Durante seu tempo com tribos zulus, Hellinger observou os rituais de respeito aos ancestrais e a forte hierarquia familiar, elementos incorporados à Constelação.
O Conceito de Campo Morfogenético e Energia Transgeracional
O biólogo Rupert Sheldrake, desenvolveu a teoria dos Campos Morfogenéticos, explicando como a informação é transmitida entre indivíduos de uma espécie. Hellinger aplicou essa ideia ao comportamento humano, sugerindo que nossas experiências são moldadas por um campo familiar talvez invisível e carregado de memórias ancestrais.
Essa conexão inconsciente, influencia nossa saúde emocional, decisões profissionais, prosperidade financeira e relacionamentos em geral, sobretudo os familiares.
Como Funciona a Constelação Familiar na Prática?
A sessão de Constelação pode acontecer de diversas formas:
1. Constelação em Grupo
- O cliente expõe um problema e escolhe representantes entre os participantes ali presentes.
- O facilitador sistêmico guia o processo, observando os movimentos de cada participante.
- Os representantes revelam sensações, sentimentos ou impressões onde podemos perceber as dinâmicas ocultas; e, a partir disso trazer novas compreensões e um novo posicionamento diante da vida.
2. Constelação Individual
- O terapeuta usa bonecos, cartas, desenhos, âncoras de solo, imaginação guiada, etc., para representar pessoas, clãs, sentimentos e outros.
- Ideal para quem prefere um atendimento mais reservado.
3. Sessão Online e Auto Constelação
- Com a evolução do ambiente digital, é possível realizar Constelações através da internet.
- Os exercícios sistêmicos, que muitos chamam de auto constelação, também é uma prática que permite insights pessoais.
Benefícios e Aplicabilidades da Constelação Familiar
Os benefícios são vastos e vão muito além da vida pessoal. Veja algumas das principais aplicações:
Na Vida Pessoal
- Superação de traumas e bloqueios emocionais
- Resolução de conflitos familiares
- Desenvolvimento pessoal
- Autoconhecimento
- Melhoria nos vínculos afetivos e relações amorosas
- Prosperidade
No Trabalho e Negócios
- Constelação empresarial para gestão de equipes
- Tomada de consciência sobre liderança sistêmica
- Decisões profissionais mais assertivas
- Prosperidade financeira
- Identificação de padrões limitantes
Conclusão
Compreender quem criou a constelação familiar e como essa técnica foi desenvolvida nos permite confiar mais na profundidade de seus efeitos.
Ela pode ser desde uma “terapia breve”, quando entendemos e já estamos aptos a mudar de postura imediatamente; bem como pode ser um “processo terapêutico” mais profundo (que pode levar anos!), pois é necessário tempo para absorver e elaborar os aprendizados para enfim dar pequenos passos em uma nova direção.
Se você sente que está presa em situações repetitivas, se deseja transformar sua relação com sua família ou melhorar sua vida profissional, talvez seja a hora de experimentar essa abordagem muito significativa.
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Para compreender mais sobre Constelação, leia esse guia.
Perguntas Frequentes
Quem é o pai da constelação familiar?
O pai da Constelação Familiar é Bert Hellinger, um psicanalista alemão que desenvolveu essa ferramenta terapêutica baseada nas dinâmicas familiares ocultas e também com base principalmente nas “Ordens do Amor”.
Seu trabalho revolucionou a forma como enxergamos os padrões familiares e as influências inconscientes que são passadas de geração em geração.
Como Bert Hellinger criou a Constelação Familiar?
Bert Hellinger foi quem criou a Constelação Familiar a partir de suas próprias experiências, tais como: soldado, padre, missionário, professor, terapeuta, reitor, casamento, entre outras.
Ele observou padrões de comportamento recorrentes nos relacionamentos em geral, mas sobretudo nas famílias; e, a partir daí, desenvolveu a Constelação Familiar para trazer à tona, e ajudar no equilíbrio das relações que estão inconscientes e presentes nas nossas vidas.
Bert era um homem que gostava muito de estudar: seus estudos de diversas abordagens terapêuticas, como psicanálise, terapia Gestalt, análise transacional e fenomenologia sistêmica, o ajudaram a chegar nas Constelações Familiares.